
O ´porta-voz´ do MPF
Carlos Fernando dos Santos Lima, procurador da República e um dos coordenadores da Operação Lava Jato no âmbito do Ministério Público Federal, escreveu um artigo (jornal Folha de São Paulo) acerca do julgamento do ex-presidente Lula no Tribunal Regional Federal da 5ª Região.
Vale a pena reproduzir alguns trechos.
Baixando a poeira
“Agora que o julgamento sobre a existência dos crimes contra Luiz Inácio Lula da Silva está encerrado, pois não cabe mais qualquer recurso — salvo embargos de declaração, que não têm o condão de mudar a condenação —, sinto-me mais tranquilo para poder falar das tentativas de politizar um julgamento que é, e sempre foi, apenas e unicamente criminal.
Politização
“Politizar processos criminais sempre foi uma técnica de defesa usada por políticos. Assim foi com o ex-premiê da Itália Bettino Craxi (1934-2000) na operação Mani Pulite, assim foi com o também ex-premiê italiano Silvio Berlusconi; bem como com o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy com as acusações de corrupção e tráfico de influência.
Faz parte do jogo
“Sem adentrar em controvérsias sobre a ética de imputar falsamente ao Ministério Público e ao Judiciário motivações políticas em seus atos, vamos aceitar isso como uma estratégia de defesa que um sistema judicial democrático, tapando o nariz, deve tolerar.
Lógica…
“Entretanto vi muitas manifestações de outra espécie nos jornais, inclusive de jornalistas e articulistas respeitáveis, clamando por um julgamento de Luiz Inácio Lula da Silva pelas urnas, e não pela Justiça, quanto às acusações de corrupção e de lavagem de dinheiro agora confirmadas.
… Deturpada
“Estranhamente usaram o argumento democrático para embasar suas conclusões, não percebendo que é justamente a defesa da democracia e da República, dois conceitos fundamentais de nossa Constituição, que força a conclusão em sentido oposto.
Privilegiamento
“Ao usarem esses argumentos, aproximaram-se daqueles que dão aos atores políticos o privilégio de serem julgados diferentemente dos demais brasileiros.
Tudo legal
“Luiz Inácio foi julgado conforme a lei, e sua defesa teve acesso a todo o arsenal jurídico imaginável – segundo um jornal, chegou a manejar um recurso a cada três dias de processo, e é isso que se espera da Justiça.
Ênfase
“Não se julgou a figura histórica de Luiz Inácio Lula da Silva ou a sua possibilidade de se candidatar à Presidência da República nas próximas eleições. Apesar de todas as tentativas de colar a etiqueta de politização ao processo, ao final prevaleceram os fatos”.
Simples assim
O deputado estadual Raniery Paulino externou ontem que “quero que Veneziano fique no MDB. Agora, se ele sair, temos que encontrar alternativas e temos que nos recompor. Não podemos ficar lamentando a perda”.
Não abre
Raniery antecipou um posicionamento, que já era presumível: “Eu estou com Zé Maranhão sob qualquer circunstância”.
Coesão
Sociólogo, professor da UFCG e militante do PT, Hermano Nepomuceno defendeu que “se conseguirmos articular um bloco político-partidário na Paraíba que unifique o PT, PSB, PCdoB e PDT, teremos um bloco importante para manter um projeto democrático, popular e progressista no comando do governo do estado”.
´Advogado´
“É essa posição que vou defender no interior do PT”, antecipou.
´Mediador´
Romero Rodrigues intensifica os contatos acerca da sucessão estadual, tendo em mente que se amplia o fosso entre o senador José Maranhão (MDB) e o prefeito pessoense Luciano Cartaxo (PSD).
Intensificação
“Vou procurar ambos (Zé e Cartaxo) para conversar e tentar uma conciliação para as eleições deste ano. Temos que estar conversando sempre. Seria ideal conversarmos uma vez por semana até o prazo (para a decisão), porque sem diálogo a coisa fica mais difícil. O ideal será conversar individualmente”, assinalou o prefeito.
Até logo
Sobrinha de José Maranhão e suplente de deputado estadual pelo MDB, Olenka Maranhão entregou ontem o cargo de secretária de Trabalho da prefeitura da Capital.
Brasil real
O professor José Guilherme Baêta, da Universidade Federal de Minas Gerais, desenvolveu com a sua equipe um motor movido a etanol com eficiência igual à do óleo diesel e consumo inferior ou da gasolina.
Será iniciada a fase testes de campo.
Nada a celebrar
Para o senador Cássio (PSDB), a confirmação da sentença condenatória contra o ex-presidente Lula, “ainda mais em se tratando de um réu com a sua popularidade, não é fato que deva ser celebrado ou comemorado. Ao contrário. Há de se lamentar as causas que levaram à sua condenação”.
Premente
CCL declarou ainda que o julgamento “nos indica, mais uma vez, o quanto é urgente corrigir as distorções do nosso sistema político-partidário, sobretudo no que diz respeito ao financiamento eleitoral e ao exercício do Poder no País, muitas vezes usado para as práticas de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro com o intuito de formar patrimônio pessoal”.
Combinação
Lula – lançado outra vez, ontem, pré-candidato a presidente pelo PT – abriu uma frente de combate ao Judiciário: “Desembargadores construíram cartel para dar decisão unânime. Somente ontem (4ª) eu compreendi o que era um cartel. Podia mandar para o Cade (Conselho de Defesa do Direito Econômico)”.
Intenções
“A votação foi mais para valorizar categoria dos juízes”, emendou.
Irresignado
O petista foi além: “Esse ser humano simpático que está falando com vocês não tem nenhuma razão para respeitar a decisão de ontem (4ª).
´Militantes´
“Quando as pessoas se comportam como juízes, sempre respeitei. Mas quando se comportam como dirigentes de partido político, contando inverdades, realmente não posso respeitar”, acrescentou o ex-presidente.
´Menos presidente´
Lula é de descomunal generosidade ao escolher a régua para medi-lo enquanto liderança: “Jesus Cristo foi condenado à morte sem dizer uma palavra e não tinha Lava Jato”.