Lockdown para JP e CG
Afinal, a trégua
Um sopro de racionalidade tomou conta de boa parte das autoridades brasileiras, ontem, na reunião promovida pelo presidente Jair Bolsonaro com os 27 anos governadores, e a participação adicional dos presidentes da Câmara Federal (Rodrigo Maia) e do Senado (Davi Alcolumbre).
Adversários partidários e até pessoais se comportaram civilizadamente e se concentraram no relevante: a busca de um mínimo de consenso num momento em que o país enfrenta uma crise quase ´esférica´, bafejada pelo coronavírus.
Arrumação
É fato que preliminarmente vários cuidados e antídotos foram aplicados, a exemplo de um contato individualizado de ministros com todos os governadores acerca do balizamento e fixação da pauta, bem como a limitação dos pronunciamentos.
Freio
Mas o fato concreto e consequente é que se estabeleceu uma armistício nesse relacionamento entre esferas diferentes de governo, cuja expectativa é que ela se alongue no viés administrativo.
Crédito
Pode até parecer uma certa ingenuidade, mas é preciso renovar as apostas nessa direção.
Largada
“Essa unidade vai criar, com certeza, todas as condições para que, em um segundo momento, possamos tratar a pós-pandemia, a nossa recuperação econômica e a recuperação dos empregos dos brasileiros”, avaliou após a reunião o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Hasteamento
“Chegou a hora de todos darmos as mãos, de levantarmos uma bandeira branca. Estamos vivendo um momento de guerra e na guerra todos perdem”, acentuou o senador Alcolumbre.
Aceno
“Defendo que haja a união de todos, deixando de lado divergências políticas e ideológicas. O mais importante é a proteção de todos brasileiros para superar a crise”, afirmou o governador cearense Camilo Santana (PT).
Meta
Principal desafeto no presente de Bolsonaro, o governador João Dória (PSDB-SP) grifou que “foco é proteger brasileiros. Ninguém ganha numa guerra e quem perde são os mais pobres”.
Sinalização
“A reunião do presidente com os governadores foi um sinal positivo. Espero que o diálogo institucional se mantenha como regra, e não exceção”, verbalizou Flávio Dino (PcdoB), governador do Maranhão, outro desafeto do presidente.
Crises sobrando
“O que nós, de fato, não precisamos é de uma crise política. A gente já está vivendo três crises, nós não precisamos de uma crise política. Por isso que eu saúdo o presidente por ter tomado a iniciativa de nos convidar”, assinalou Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo.
Abdicações
“É o momento da unidade nacional, (em) que todos nós estamos dando uma cota de sacrifício. É um momento ímpar na história do país”, enfatizou o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB).
Fluxo
O governador João Azevedo (Cidadania) disse após a reunião que um dos apelos imediatos ao presidente foi que a liberação da ajuda emergencial a estados e municípios tenha o seu repasse iniciado ainda este mês.
“Isso faria uma diferença significativa”, grifou.
Delimitação
Azevedo avaliou que “a reunião foi extremamente propositiva, respeitosa e que poderá ser um marco para que a gente possa, a partir de agora, construir uma relação que permita que a gente enfrente essa crise”.
Evolução
Em entrevista veiculada na TV Itararé, o governador paraibano comentou que a reunião foi “tranquila”, e que poderá permitir o enfrentamento “dessa questão da pandemia, independente de ideologias e partidos políticos”, centrada “no foco principal, que é salvar vidas”.
Com resultados
“Tivemos uma reunião bastante producente”, realçou posteriormente o presidente, que também pontificou que “o governo federal faz o que é possível para atender o nosso povo numa situação em que vive com questão do coronavírus”.
Com redução
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, o ministro Paulo Guedes (Economia) admite a possibilidade de estender a concessão do auxílio emergencial, voltado principalmente a trabalhadores informais, por mais um ou dois meses.
No entanto, o valor de R$ 600 seria cortado para R$ 200.
Na ´bica´
Está na ´linha de chegada´ o acerto entre a Cagepa e a prefeitura campinense para a renovação da concessão, por mais 30 anos, da exploração do serviço de água e esgoto na cidade.
Deu ré
O vereador Teles Albuquerque (PSD) retirou da pauta do Legislativo campinense um requerimento que solicitava ao Executivo um decreto para a reabertura das academias de ginástica.
Providências
O Comitê Científico de Combate ao Coronavírus do Nordeste recomendou, ontem, que os governadores da região ampliem medidas de isolamento social e adotem o lockdown (fechamento total) em grandes cidades nordestinas de quatro estados, devido à piora da epidemia e elevada utilização dos hospitais.
Localidade
A indicação de medidas mais restritivas é vista como necessária em João Pessoa e Campina Grande (Paraíba), além de Natal e Mossoró (Rio Grande do Norte), Arapiraca e São Miguel dos Campos (Alagoas).
Base técnica
“Esta é uma recomendação científica para os governadores e prefeitos dos estados e cidades supracitados, cabendo a esses gestores decidir pela sua implementação ou não”, informa o boletim do comitê, formado pelo Consórcio Nordeste, dos governadores da região.
Preocupante…
Noutro trecho, grifa-se que “a coincidência de outras doenças torna a situação ainda mais complicada”.
…Confluência
O comitê salienta, segundo o jornal O Globo, que a medida sugerida “se faz ainda mais urgente com a constatação do aumento de casos de dengue e chikungunya em toda a região Nordeste e no resto do país”.